Não
é fácil ter 17 anos, principalmente quando você não se encaixa em lugar algum.
Minha mãe em seus últimos dias de vida, lutando contra a leucemia, sempre
dizia: para todo
problema existe uma solução. Lógico que eu me perguntava: como ela
pode dizer isso se está morrendo? Talvez eu nunca descubra o real significado
dessa frase.
Depois que ela se foi, sofri muito durante
meses, mas finalmente tomei forças e levantei, afinal precisava ir à escola, chegando
lá ainda muito abatida me deparo com Luke um rapaz alto branco e de porte
atlético seus olhos pareciam penetrar no mais profundo do meu ser, e a partir
daquela manhã eu sabia que algo mudou dentro de mim, pois comecei a ver Luke
como um refrigério para minha alma angustiada, Luke me ajudou a esquecer de
todos os meus problemas com seus beijos acalentadores e ao mesmo tempo frios e
distantes. Depois de alguns meses de namoro fui encontrar Luke No gramado da escola,
porém o que vejo me deixa em choque, encostados em uma árvore estavam Luke e Amanda
se beijando. Meus olhos se abriram e finalmente percebi que eu não passava de
um brinquedo em suas mãos, não podendo suportar uma decepção desse porte corri
com lagrimas nos olhos para casa e me tranquei no meu quarto, meu local de
refugio e deitada na beirada da janela fiquei admirando a lua que cintilava
azulada para mim, de repente sinto o ar ao meu redor ficar gélido e ao olhar
para trás me deparo com uma figura encapuzada me observando, abafo um grito de
horror e pergunto quem é você?
E ela me diz suavemente: eu sou a morte a
liberdade da qual seu coração tanto anseia, eu realmente fiquei apavorada, mas
alguma coisa naquela figura me dava uma sensação de alivio, de dentro da capa
ela tirou um baú com a tonalidade mais negra do que o mais escuro céu noturno
sem estrelas e colocou-o em minhas mãos, ao abri-lo vejo que guardava três
objetos um punhal prateado com uma pedra de rubi no meio, uma corda e um frasco
de veneno, a morte me mandou escolher entre os três objetos e decidi, pois pelo
punhal passando lentamente pelos pulsos, logo meu sangue começou a jorrar com
uma tonalidade escarlate, fiquei admirando enquanto aos poucos minhas forças
foram se esvaindo, minha visão ficando embaçada e percebendo que logo todo aquele
sofrimento teria fim esboço um pequeno sorriso. Morrer é fácil viver é muito
mais complicado, foi uma das ultimas frases ditas pelos meus lábios e logo lá
estava eu pronta para seguir a morte enquanto a luz azulada da lua presenciava
toda aquela cena. Finalmente entendi a
frase dita por minha mãe no final da sua vida, para todo problema existe uma
solução, e a solução para o meu problema era a morte, agora deixo esta vida
menos angustiada, pois sei que todos ficarão bem sem mim.
Mas
algo atrapalhou o silencio profundo na qual eu me encontrava, abri os olhos com
muita dificuldade e lá estava Luke chorando sobre o meu corpo ensanguentado,
ele era a única pessoa na qual eu não queria ver, mas vê-lo chorando sobre meu
corpo quase morto partiu os últimos pedaços do meu coração já quebrantado, e
ele dizia com uma voz apertada.
----- Me perdoe Kylie eu não deveria ter te
traído daquela forma, depois que você saiu correndo eu tentei te seguir, mas
agora é tarde para desculpas.
Eu
tentei impedi-lo, porém minha voz não saiu, e pude observar ele pegando o
frasco de veneno que estava no pequeno baú e tomando todo o conteúdo de uma vez,
suas ultimas palavras foram só a morte poderá me livrar deste sentimento de
culpa, agora com este veneno que aos meus lábios me parece doce como o veneno
de um escorpião deixo esta vida, adeus Kylie espero que nos encontremos
novamente em outra vida, e enfim no silencio profundo daquele quarto escuro só
restaram dois cadáveres que um dia foram apaixonados.
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